terça-feira, 4 de junho de 2013

Torrencial

Escrevo porque preciso, mas tenho precisado tanto e escrito tão pouco. Sinto saudades da minha juventude por entre florestas e campos floridos de novos vocábulos. Fico saudoso ao relembrar a maravilha que é dedilhar sem rumo, escrever o que sinto, como numa enxurrada. 

Deixa chover.

Faz correr toda essa mágoa presa, toda essa dor enraizada, toda essa tristeza guardada. Quero me libertar do que sinto, quero deixar tudo pra trás. Largar tudo que for pesado demais pra carregar, livrar-me do sobrepeso de conversas vazias, de momentos cinzas e pessoas rasas.

Deixa cair.

Quero sentir, quero voltar a sentir! Quero de volta o que me foi negado, usurpado, expurgado: quero meu tato, meu tatear, lamber, tocar... Sentir o vento levar meu medo, correr despido das dores, dos amores, sim, dos amores e seus azedumes.

Me deixa.

Viver.

terça-feira, 21 de maio de 2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Notívago


   Eu tenho uma mania imensa de tomar decisões pouco práticas. Exato, mania, você leu certo, porque me recuso a crer que seja outra coisa. Nesse momento são mais de duas da madrugada, e cá estou, digitando em frente ao computador quando deveria há tempos estar na cama. Hoje deveria acordar relativamente cedo - e ainda pretendo conseguir essa proeza, de qualquer forma - pra sair antes de possíveis congestionamentos. Já imagino que acordarei super cansado, pegarei engarrafamentos, terei de resolver milhões de coisas, e, a noite ainda terei aula na faculdade onde temo estar morto de sono.

   Fico aqui colocando culpa nas coisas, no café, na genética... que mania! Sempre invejei aqueles que acordam cedo e bem dispostos, sempre tive essa vontade, verdade seja dita. Porém, sempre que tento fazê-lo não duro senão uma semana dormindo e acordando em horários bonitinhos. Imagino acordar sempre cedo como uma maravilha, uma visão romântica, concordo: pássaros cantando, cheiro de café fresquinho e muita luz do sol. Renego minha natureza noturna pra não ser confundido com um vadio - que ultraje! - embora discorde dessa "visão padrão". O fato é que talvez em alguma coisa eu pudesse ser um pouco mais "padrão", não faria tão mal assim afinal. Talvez seja minha senilidade chegando, com o perdão do gracejo.

   Não sei se tenho cura, não sei se é questão de tempo, de vontade, do que quer que seja. Mas vou vivendo do jeito que posso, da forma que consigo e que me agrado. Bem que o mundo inteiro podia seguir uma tendência similar, dormir mais tarde que o convencional, já inventaram a energia elétrica, poxa! Seria no mínimo divertido uma sociedade noturna. Parece até nome de livro vampiresco, mas é né? Talvez eu seja mesmo um tanto quanto essas figuras mitológicas. Uma coisa temos em comum: insônia.