quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
O Garoto na Torre
Intangível. No alto da torre mais alta, tão jovem e inocente, só. Por mais que tente sair de lá, ele parece sempre voltar para o mesmo quarto, mesma cama, mesma dor. Nem quando tenta saltar com tudo e sem medo pela janela da imponente e altíssima torre de pedras ele consegue despencar fora de seus problemas e pensamentos espinhosos. Não tem príncipe, não tem sapo, nem cabelo enorme para usar de escada ou madrasta malvada para lhe azucrinar. Apenas o silêncio de sua própria solidão o faz companhia.
Intocável. Ele sofre em meio as mentiras contadas pelas paredes velhas que o aprisionam. Chora sem saber o que fazer no meio da noite, quando os fantasmas em sua mente aparecem para lhe contar histórias infames de tempos inglórios, como num turbilhão de pequenas aranhas tecendo teias em seus pensamentos malditos. Seus pés se arrastam pelo chão frio enquanto se contorce de forma deprimente numa dança de incômodos sob a luz do luar. Até mesmo sua sombra lamenta sua dor.
Inalcançável. Seu maior desejo: um igual. Alguém para ser junto, sofrer, rir e chorar. Pra ser, não para estar. Feliz, triste, incrível, tangível e suave. Em seu mundo de serenatas machucadas e emoções dilaceradas, seria então pedir demais por um outro coração quebrado? Uma metade para bater junto? Sonhos inquietos que titubeiam em sua mente. Pois que os dias passam e ele espera, aguarda, implora e chora com lágrimas de prata e sangue.
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