segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Não Sou Popular


Saio na rua. Todos me olham, me revistam, me procuram. Me sinto altamente vigiada a cada segundo da minha vida, como se todos os satélites e câmeras estivessem voltados para mim, sem piedade, all day. Todos querem usar as minhas roupas, imitar o meu cabelo, comprar o mesmo carro, o mesmo perfume, querem respirar meu ar... Recebo presentes caros, importados. Todas as grifes do mundo me almejam, eles querem me vestir com o alto da mais alta costura, para desfilar nas ruas de Paris, Milão, Tókio. Bebo vinhos caros, séculos de maturação, champanhes, néctares. Colho da árvore mais frondosa e como da carne mais macia, cozida pelo Chef mais talentoso. Garotos e garotas fazem filas quilométricas só para estar comigo, multidões se amontoam quando eu passo - Céus, não consigo acreditar em meus olhos! Todos sabem quem eu sou.

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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Spera



O sinal toca o corpo cansado
Palavras e sonhos envoltos em luz
O mártir anseia o pecado
A noite a todos conduz

Tempo corre, tempo passa
Armados seguimos em prece
Distante observa-se a caça
A escuridão entontece

Imerso no completo caos
No limítrofe entre ver e sofrer
Tentando guiar desordenada nau

Eu vou, seguindo a ventania
Vestindo vistosa seda verde
Perante a dor que se avizinha