terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eu Prefiro Ser a Existir


Bem, não é de hoje que eu tenho andado um tanto diferente, e aqui, venho lhes contar o porquê dessa nova fase tão cética. Primeiramente, deixo claro que não me acho dono da verdade, não sou dono nem da minha cadela, Antonieta, eu apenas observo os fatos, e tiro uma conclusão dos mesmos, algumas vezes acertada, diversas vezes errada, mas ainda assim me ponho a pensar nas melhores saídas. Gosto muito de estudar, pois não somente a prática do erro e acerto funcionam, embora eu cuide para não me tornar apenas um teórico compulsivo. O fato é que a partir das minhas vivências, eu vou destruindo ou construindo conceitos, separando o que me é recebido com maior cuidado, decidindo a partir de prática e teoria, o que é realmente útil. Nesse contexto, quem acompanha o blog, já deve ter lido o texto "Acreditar é Preciso" que eu escrevi em Abril de 2009, que é totalmente contrário a "Questione Seu Time" também escrito por mim dias atrás. Não me considero uma pessoa volúvel, apesar de mudar a forma de pensar sobre alguns assuntos, mas como eu vinha dizendo no inicio desse texto, a partir das minhas vivências, e do que eu vou aprendendo com a vida, eu vou mudando, reformulando, ou até mesmo destruindo alguns conceitos. Algumas pessoas podem gostar, outras não, mas terão de se acostumar com isso. Acho que todos devíamos nos questionar sobre quem somos realmente, e sobre nossas verdades absolutas, porque algumas coisas não condizem com nós mesmos, embora sejamos forçados acreditar nelas por algum motivo.

Ps: A foto além de linda, é só pra quebrar o clima. ;)

sábado, 27 de agosto de 2011

Questione Seu Time

Sabe, eu aprendi que estudamos história pra não cometermos os mesmos erros, e aprendermos a lidar com os problemas, incentivando nosso raciocínio lógico com base no que já aconteceu antigamente, evitando assim que continuemos a pensar da mesma forma que nossos ancestrais, que por sua vez nos mostraram diversas opções falhas e opções viáveis em certos casos. Aprendemos também, o porquê da nossa atual realidade, e porque por exemplo eu nasci num país 'em desenvolvimento' e com altos índices de corrupção no governo. E ainda assim, me pego vendo em alguns lugares (por falta de história, muitas vezes), pessoas que cometem os mesmos erros citados antigamente, que por conta de tradições ou livros sagrados, se deixam levar a esse tipo de inconsistência, utilizando um combustível de destruição para salvar o mundo, será que apesar do óbvio se encontrar no nariz das pessoas, elas simplesmente preferem ignorar e continuar a promover a suas guerras santas? Será necessário destruir o mundo por conta de uma fé cega? Eu creio que não, as pessoas dizem que os males do mundo são causados por pessoas que não tem 'Deus' no coração, enquanto muitas com Ele no coração, matam pessoas, destroem famílias, e assassinam crianças em nome de sua fé. Ao longo da história antiga, quase todo mundo acreditou em um tipo de 'Deus' ou em vários deles, e isso não levou a civilização a lugar nenhum. Foram cometidos genocídios, etnocídios, pessoas foram escravizadas, e muitas outras que não preciso citar, tudo em nome da fé. Será mesmo que as pessoas são ruins, e que um mundo sem 'Divindades' seria um mundo perdido? Ou se tivermos certeza de que a vida é injusta, e que não vai existir nenhuma justiça divina para nos confortar vamos procurar melhorar ainda mais o mundo em que vivemos? Precisamos dar mais crédito a nós mesmos, afinal não se mexe em time que está ganhando, mas eu ainda não vi o nosso time religioso marcar um gol.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Victoria Amazonica


A noite caiu mais rápido do que se esperava, a lua cintilava nas folhas verdes que metricamente cobriam a paisagem ao redor. Ao longe, um pedaço negro de céu escorria por entre a terra, deixando nuvens prateadas ao se chocar com as pedras. Tudo era calmo naquele turbilhão de sons... grilos, folhas, animais pequenos, água, todos a ocupar com maestria seus papéis na orquestra da noite. Mas algo resolveu perturbar aquela imensidão de calma, pés pequenos tocavam a terra, e aproximavam-se lentamente, floresta adentro. O vento forte espalhava as lágrimas, que como orvalho, tocavam as flores e plantas escondidas no breu, que a lua enorme e branca não conseguia clarear. Os lábios serrados, silenciosos, as mãos separadas, os dedos a esbarrar na mata, os pés descalços a marcar o solo. Nessa marcha fúnebre, em direção a margem da pantera negra a rachar as pedras, a figura vestida de luar caminhava. Uma luz, uma Deusa a farfalhar na água. Mais alguns passos, o frio, a coragem, o amor desesperado. Seduzida pelo brilho, a pobre atira-se nas garras do negro rio, desfalece em meio as águas gélidas. E desse nobre sacrifício, brotam hoje belas flores brancas, com o perfume divino, do amor não-correspondido.

domingo, 12 de junho de 2011

Forever Young I Want To Be...


Estou com tanta saudade, saudade do teu beijo, da forma que a tua pele encosta na minha, dos teus trejeitos, de como você sorri quando me vê, e de cantar as nossas músicas juntos. Nunca pensei que eu fosse amar alguém assim, nunca pensei que fosse amar. Fiquei perdido durante tanto tampo nas minhas expectativas bobas, nos meus devaneios platônicos, eu dizia pra mim mesmo que tudo que eu queria era impossível. Obrigado por me mostrar que o impossível não existe. Apesar do tempo, e da distância, eu ainda me arrepio com a tua voz, ainda fico rindo sozinho quando penso em você, e sinto aquela coisa forte que me aperta o peito quando eu digo: "Eu te amo". Foi bom aprender com você que não precisamos ser perfeitos, quando somos especiais o suficiente um para o outro, e que ser bobo, não é algo necessariamente ruim. Estou tão feliz ao teu lado, e assim quero continuar enquanto viver. Sempre vou lembrar de ti quando nossa música tocar, sempre vou lembrar da nossa história, dos nossos segredos, de como tudo começou. Escrevo com lágrimas nos olhos, desejando ser eternamente jovem ao teu lado, desejando você esta noite. Foram tantas conversas, tantos caracteres trocados, tantos impulsos por fios de fibra ótica, tantas ondas de rádio... Me promete que ficaremos juntos? Estou tão embriagado de amor, que me perco na linha de raciocínio, só não quero me perder de você, nunca. Eu te amo, eternamente.

sábado, 11 de junho de 2011

kitsch


Era uma vez, um casarão, com paredes antigas, onde ostentavam com saudosismo velhas fotografias de tempos inglórios, em uma parede, o mofo espalhava-se acima da lareira, que mais parecia uma ponta de cigarro velha e queimada. Duas poltronas outrora escarlates, de tão antigas, encontravam-se numa cor que beirava o vinho e a ameixa, o azedume e a doçura. No teto, um lustre empoeirado, aranhas tecendo teias, e algumas traças distraídas. No meio da escuridão da sala, em uma podridão fétida e nauseabunda, pequenos mamíferos orelhudos disputavam o que sobrou do lugar, a decadência. Uma mancha vermelha e escura, estendia-se pelo chão até a cozinha antiga, onde panelas enormes perderam o brilho há séculos, e talheres retorcidos, estavam negros, pela oxidação do tempo. No andar de cima, tapetes rasgados, cortinas velhas e sujas, camas desforradas e espelhos quebrados, milhões de anos de azar. Aos fundos, a lua tecia em belos linhos de ceda negra, uma noite escura e misteriosa, que desabava como um lençol por sobre a casa abandonada, onde as estrelas cantavam, para ninar, um casarão quase adormecido.

sábado, 7 de maio de 2011

Onda de Alegria


Já estava mais do que na hora de fazer aquilo que sempre me cobrei, mas que o juízo impedia. Esqueci meu lado cerebral por enquanto, vou tirar umas férias da razão! Cansei! Uma onda de alegria inconsequente me invadiu, e por enquanto vou deixar-me afogar, e borbulhar nesse mundo novo! E haja exclamação, alegria! Alegria! Eu havia me esquecido de quem eu realmente era, não vou mais deixar isso acontecer, de nada adianta existir, se na vida, o que se vale é viver! Me sinto como se esse tempo inteiro eu estivesse no fundo do mar, um abissal. Agora, depois de um lento processo de descompressão, enxergo a luz que me aguarda. De fato, ainda tenho um logo caminho a percorrer, mas sinto que dei mais um passo para minha felicidade! Vamos brindar! Dias incríveis chegarão a galope! Claro, de cavalo marinho. ;)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Eu Já Tive Uma Dessas"


Me peguei pensando, por que escrevo? No início sim, eu acho que procurava uns minutos de fama, agora, eu praticamente me desnudo em meio a palavras, perco o pudor, sou eu, somente eu, essencialmente. Quando leio algumas coisas e me recordo das emoções sentidas no momento da geração do texto, sinto até uma pontada de vergonha por expor meus sentimentos todos dessa maneira, é quase uma transa, em meio a maior avenida da cidade. No passado fui ruim, confesso, clichê, ainda sou um pouco, mas confesso também que me senti crescer, e acho que tenho um pouco de medo do que tenho me tornado, criei confusões deveras, amor, risadas, e até asco. Me inundei com um vocabulário novo, aprendi a conjugar a saudade, flexionei o destino e digo mais, interroguei a dúvida. Acho que agora, o que mais quero é me indagar, me descobrir, botar mesmo pra fora o que sinto, outrora terapia, agora divertimento. É bom reler o passado, assim, percebe-se o quanto se evoluiu, e se aprende que nada começa do cem, talvez do vinte. Bendito dia que criei "O Mundo de Math", glorioso dia que mudei para "Relicário Adolescente", e aguardo agora, o inesperado futuro, em meio a todos esses vocábulos travessos e desconcertados, que me seduzem até a última gota de prazer boêmio.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Para Esquecer


Ostentando um sorriso falso, com olhar de desdém. Seu corpo diz o contrário, sangra, por fora e por dentro. As portas do paraíso estão mais distantes... Como te pedir equilíbrio quando seu encéfalo se encontra com altas dosagens de álcool emocional? E quando a dor e os minutos se confundem? Mentir pra si mesmo já não resolve nada, olhar-se no espelho, uma fraude. Não insista mais nisso, é como cortar ainda mais fundo a ferida aberta. Entregue-se ao tempo, tudo que precisa... Mas não pode. Até quando irá suportar? A outra alternativa não é tão politicamente e religiosamente correta, mas igualmente e dolorosamente emocionante.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Feita de Vidro


Ela não tem desejos
apenas ouve os alheios
finge concordar com tudo
sempre passível, sem anseios
Com um tom de voz quase mudo

Importante demais
Triste e fugaz
Interrompida a cada suspiro
Mas de maldades, incapaz

Escuta, ouve, respira.
Fala, cessa, concorda.

Só mais um frágil brinquedo
Trocado facilmente
Guardando rancor em segredo
e seu amor, ficando fraco e dormente.

domingo, 10 de abril de 2011

Devaneios Em Frases 007

"Tenho inveja daquela estrela, que apesar de tão longe, consegue te ver mais do que eu." Matheus Vianna

domingo, 3 de abril de 2011

Devaneios Em Frases 006

"Coisas assim melhoram gradualmente, são como feridas, que demoram o tempo certo pra sarar." Matheus Vianna

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desabafos incompreendidos


Me sinto tão impotente diante de tudo. Procuro a força nas minhas orações, doí seguir em frente. Mas seguir em frente, que pode não ser a única opção que tenho, é a que eu escolhi. A cada dia, considero uma batalha vencida, mas eu quero o fim da guerra, guerreiros que lutam demais, terminam heróis ou loucos, ou um pouco dos dois. Estou com medo de me perder no mundo perfeito que criei em meus sonhos, mas a realidade já não é tão boa, posso ver todas as suas faces, suas feridas abertas, suas questões imperdoáveis, suas piores dores, sua feiúra, sua palidez. E ainda me pergunto, porque continuar com isso? Porque algo dentro de mim, talvez um tanto masoquista, me diz: "Isso não é nada do que vem por ai, observe os prós". Tenho pessoas que me amam, tenho pessoas que amo, tenho por quem lutar, tive momentos inesquecíveis... Eu continuo por isso, porque a maldita (ou talvez bendita) caixa de Pandora foi aberta, eu sou humano (ou idiota) pra acreditar em amor, e todas essas coisas sentimentais que fazem a maioria viver, essa busca insensata e irracional pelo desconhecido, essa arrogância bípede... e esse medo amargo do final.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ipse


Mantém um ar de arrogância

Fala com uma propriedade que não lhe pertence

Vê fantasmas por toda a parte

E com razão, rebela-se

Não dá importância para aquilo cuja nunca aprendeu o significado

É um tanto anarquista, psicodélico

Pergunta, pergunta, pergunta

Não liga para o time que vai ganhar, só não troca seus valores por pontos

As vezes se perde, as vezes se encontra

Dubiamente, indubitável

E como quase todo ser humano, só quer a felicidade.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Confusões de uma pessoa confusa


Sinto pena dos pobres ratinhos de laboratório. Por mais que se digam inofensivas algumas experiências, como deixa-los em labirintos ou coisas do tipo. Mal sabem eles, pobres cientistas, que se perder, ficar sem rumo em um labirinto de confusões, na ânsia por encontrar uma saída, é algo desesperador. Desde sempre criei planos para mim, para minha vida, metas, objetivos... O que vou ser quando crescer. Só esqueci de uma coisa, a vida não segue roteiros, minhas vontades mudam, minha forma de pensar e reagir ao mundo transforma-se constantemente, valores se perdem e se acrescentam, coisas ruins acontecem e coisas muito boas também. Eu não posso controlar tudo, eu não consigo, é tarefa demais para mim e eu nunca levei vocação para Atlas. Só preciso aprender a viver com isso, de que certas coisas posso planejar, mas que nem sempre vai tudo caminhar para que dê certo, eu preciso saber desviar dos obstáculos da minha estrada, achar a saída do meu labirinto, e é assim que a gente cresce não é? Aprendendo a conviver com o ser incompleto que sabemos que somos. Não somos Deuses, nem demônios, e talvez por isso seja tão difícil, continuaremos sempre nessa dualidade, sem saber que rumo tomar, não temos papéis definidos nesse filme, não temos sequer roteiro, só um diretor que nos deu livre-arbítrio.