terça-feira, 4 de junho de 2013

Torrencial

Escrevo porque preciso, mas tenho precisado tanto e escrito tão pouco. Sinto saudades da minha juventude por entre florestas e campos floridos de novos vocábulos. Fico saudoso ao relembrar a maravilha que é dedilhar sem rumo, escrever o que sinto, como numa enxurrada. 

Deixa chover.

Faz correr toda essa mágoa presa, toda essa dor enraizada, toda essa tristeza guardada. Quero me libertar do que sinto, quero deixar tudo pra trás. Largar tudo que for pesado demais pra carregar, livrar-me do sobrepeso de conversas vazias, de momentos cinzas e pessoas rasas.

Deixa cair.

Quero sentir, quero voltar a sentir! Quero de volta o que me foi negado, usurpado, expurgado: quero meu tato, meu tatear, lamber, tocar... Sentir o vento levar meu medo, correr despido das dores, dos amores, sim, dos amores e seus azedumes.

Me deixa.

Viver.