quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Garoto na Torre




 Intangível. No alto da torre mais alta, tão jovem e inocente, . Por mais que tente sair de lá, ele parece sempre voltar para o mesmo quarto, mesma cama, mesma dor. Nem quando tenta saltar com tudo e sem medo pela janela da imponente e altíssima torre de pedras ele consegue despencar fora de seus problemas e pensamentos espinhosos. Não tem príncipe, não tem sapo, nem cabelo enorme para usar de escada ou madrasta malvada para lhe azucrinar. Apenas o silêncio de sua própria solidão o faz companhia.

  Intocável. Ele sofre em meio as mentiras contadas pelas paredes velhas que o aprisionam. Chora sem saber o que fazer no meio da noite, quando os fantasmas em sua mente aparecem para lhe contar histórias infames de tempos inglórios, como num turbilhão de pequenas aranhas tecendo teias em seus pensamentos malditos. Seus pés se arrastam pelo chão frio enquanto se contorce de forma deprimente numa dança de incômodos sob a luz do luar. Até mesmo sua sombra lamenta sua dor.

  Inalcançável. Seu maior desejo: um igual. Alguém para ser junto, sofrer, rir e chorar. Pra ser, não para estar. Feliz, triste, incrível, tangível e suave. Em seu mundo de serenatas machucadas e emoções dilaceradas, seria então pedir demais por um outro coração quebrado? Uma metade para bater junto? Sonhos inquietos que titubeiam em sua mente. Pois que os dias passam e ele espera, aguarda, implora e chora com lágrimas de prata e sangue.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Maybe Young But Not Forever Anymore

  I'm taken. Isn't life a gracious and a unique thing? You came and promised me the world, and so you did: you tore my world apart. Now I'm not yours anymore and you should move on. I'm moving on and you insist to bring me back to those past tears. I don't feel the same anymore. I don't know how could I love you. Don't look for me, do not try to find me, we are over now. Everything I've been doing or saying, none of that was for you.
  I found someone new, someone that loves me for who I am, every inch of my imperfections. What you are looking for don't exist anymore. I heard you got yourself a beauty queen. She must miss you, so go back to her and forget that we ever had something. Don't tear anyone's world apart anymore, it is hard as fuck to get everything glued together. Make she happier than I was... when I was with you. I gave you up a long time ago. I'm someone else's lover. I forgive you now.

forget it

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

QUANDO TU DIZ QUE ME QUER

Quero chorar um rio. Derramar uma enxurrada de dores, uma catarata de coisas guardadas. Quero me sentir esvair, esvaziar. Expurgar cada gota de sofrimento, cada gotícula de desamparo. Dar vazão a todo esse universo de desventuras e amores não correspondidos. Quero dissolver em meio as minhas lágrimas. Me perder no mar que se formará quando os meus rios encontrarem os teus. Vamos saborear o sal dos nossos desafetos, se deixar levar pelas ondas dessa maré de coisas quebradas.

JUNTOS PODEMOS NAVEGAR PARA O INFINITO

Mergulharemos, prenda a sua respiração, segure o fôlego. Vamos fundo, nadando o mais rápido possível para o frio abissal. Observe os corais, observe as cores, as anêmonas e os peixes-palhaço, os namorados, os baiacus. Me siga, sinta nossos corpos entrelaçados em água chegarem ao fundo do oceano de nosso sangue ocular. Observe as estrelas e o amor das baleias, o plâncton e os lagostins.

JUNTOS PODEMOS NOS PERDER

A escuridão fria me parte, me reparte me empurra e me estoura. A pressão de ir tão fundo me congela. Não te acho, não te vejo, mas não me perco, jamais me perco. A sua quimiotaxia me inebria e me guia. Lembra quando eu disse que ficaríamos juntos até que nossos corpos se transformassem num só? Já não consigo diferenciar meus átomos dos teus. Estamos cegos e fluorescentes, frios e quentes, no negro universal que encontramos na infinidade de possibilidades da vida.

JUNTOS PODEMOS SER UM SÓ

NU

INFINITO

Olá, vamos conversar?

  Antes eu possuía uma facilidade impressionante pra transformar meus sentimentos em textos curtos. Eu não sei o que andou rolando de uns tempos pra cá (até porque sentimentos não me faltam) que eu tenho escrito muito pouco. Meu último texto de 2014 foi postado após saber que estaria viajando em junho ou julho para outro país, para estudos. Lá, o processo de aprender uma nova língua dificultou continuar escrevendo para o blog em português.
  É claro que eu queria escrever muita coisa, sobre as diversas vivências que tive por lá. Porém, eu acreditava que escrever em português iria ser um desserviço no aprendizado da segunda língua. Pensei em escrever em inglês, mas veja bem, além de faltar vocabulário,  não faria muito sentido escrever numa língua diferente aqui no blog.
  Pouco antes de viajar, eu também decidi mudar a cara do blog. Lembrando que comecei a escrever aqui no "Mundo de Math", depois mudei para "Relicário Adolescente" e agora estamos no "Destinatário Alienígena". Não acho que preciso explicar o porquê dessas três mudanças, mas explicarei mesmo assim.
  O primeiro nome soava bastante infantil, convenhamos, eu tinha uns 15 anos quando comecei a escrever aqui, ainda estava cursando o ensino médio no colégio e muitas de minhas postagens antigas me fazem rir hoje. Não que eu queira desmerecer o meu passado, vocês sabem que não sou disso. Se hoje estou aqui, é por todo o caminho torto que eu andei trilhando, esse caminho que me levou na direção em que eu me encontro. Não sei se é a melhor, mas é. E pelo simples fato de ser, já me parece muito bom.
  O segundo nome, por sua vez, era datado. Ao terminar a minha adolescência, o mesmo deveria terminar. Terminou até tarde, uns 2 anos depois de ninguém mais me considerar um adolescente. Eu gostei muito desse nome, mesmo se tornando motivo de chacota na minha faculdade. Uma pena que as pessoas ainda tenham essa ideia deturpada de que devemos nos envergonhar de um dia termos sidos jovens e cândidos.
  O terceiro veio pra ficar. Eu sei, eu sei. Já escrevi e demonstrei o quanto eu posso ser mutável (eu pensei volúvel, mas esse vocábulo sempre abre para más interpretações) só que dessa vez eu tomei o maior cuidado do mundo e pensei extensivamente no nome, para que não ficasse infantil (apenas reiterando, não que isso seja ruim, só não é a proposta do blog) ou datado. Acredito que muita gente saiba, que os dados que transmitimos aqui na terra podem ecoar pelo espaço afora, além das galáxias e quem sabe, se assim existir, chegar a uma outra civilização que esteja a anos-luz de nós. tendo isso em mente, Destinatário Alienígena me pareceu algo de extremo bom gosto.
  Não sei se um dia algum alien de verdade vai ler isso aqui, e se por acaso ler... me parece meio improvável que ele entenda, qualquer maneira o novo nome serve também para você que como eu não se sente mais deste planeta. Seja por ter encontrado uma realidade alternativa muito mais interessante ou por não conseguir acreditar que faça parte da mesma espécie das pessoas ao seu redor.
  Bem, agora é a parte em que eu devia fazer algum jogo de palavras e me despedir de forma súbita como sempre tento fazer. Uma pena que minha musa hoje se encontra tão debilitada. Então vamos fazer assim, vocês fingem que eu escrevi algo extremamente lindo e poético, e eu finjo que alguém lê o que eu escrevo, combinado? Até a próxima então, caros viajantes do meu universo paralelo.

sábado, 12 de dezembro de 2015

A Fênix e o Labirinto

  As emoções formam paredes desconexas, um labirinto. Eu me encontro em meio tantos muros e tantas passagens, perdido. Fantasmas do passado me assombram pelos corredores. As dores dos amores me fazem arquejar. Em meio a todo esse caos eu me sinto sumir cada vez mais.

  O sol está no meio do céu. Encontro um plebeu que me promete tirar dali, o sol se vai e leva consigo o rapaz tão benevolente que me prometeu mostrar o caminho. Após a chegada da lua, encontro um príncipe e mais outro príncipe, e outro. Nenhum sabe o caminho pra liberdade, tão acostumados a nobreza - os coitados - que esquecem até seus destinos e direções, são marionetes sem titeriteiro. Acróbatas, escrivãs, poetas e mais uma infinidade de outras profissões cruzam o meu caminho. Ninguém sabe pra onde eu devo ir, mas todos parecem extremamente resolutos em seus próprios caminhos que não levam a lugar nenhum.

  Com a lua, sempre dói mais. Ainda que eu tenha companhia, sempre pareço estar só. E dormir se torna cada vez mais difícil. Me perco nos meus sonhos, as vezes acordo sem saber se estou ainda sonhando. Acordo chorando. Eu quero pular esses muros, mas eles são tão altos e eu pareço sempre mais e mais cansado. Me sinto tão pesado que chego a pensar que um dia o chão irá ruir, pois não suportará mais o meu peso. Eu mesmo já não suporto o pesar de meus pensamentos.

  Em círculos, sempre ao ponto de partida. Estilhaçado, despedaçado. Queimando. Dessa vez, ao chegar, o sol queima a minha pele. Incinera. Os raios ultravioletas fervem o meu sangue e o calor carbonizante incendeia meus ossos. Abro meus braços, me deixo queimar. Dor. Cinzas. Pó.

  LIBERDADE.

Nu, acima das nuvens, observo o labirinto. Milhares de pessoas, que mais parecem formigas, tão concentradas em seus caminhos que não me enxergam lá em cima. Olho para o sol. Agora eu sei pra onde ir. E vou.