quarta-feira, 13 de junho de 2012

εμπειρικός


Uma noite quente, mas nada me impede de tomar meu café bem fervido, e contemplar a fumaça rítmica que enlaça a si mesma na borda da minha xícara de cor marrom. Música romântica tocando na rádio, voz aguda, doce, feminina. Diversos poemas flutuam em minha cabeça. Meu telefone toca, meio descrente digo: "Mais uma mensagem de amor". E não é que estava certo? Algo sobre o amor das fênix. Dou uns goles no café. Preciso me focar e terminar o texto. Eu gosto de escrever, tenho um amor pelas palavras, é o meu fetiche. Sempre quis uma estante, abarrotada, que como mais um dos meus sonhos "ignóbeis" de infância, foi ignorado. Tive uma máquina de datilografar, é verdade. Achei perdida na casa da minha avó, se tornou minha melhor amiga por bons tempos, até acabar a fita. Escrevi muita besteira nela, e apesar de ter meios mais modernos de escrever, sinto saudades. Tropecei muito, estou cheio de marcas que não me deixam esquecer as dores das bobagens que já dedilhei. Eu gosto, sou meio masoquista nesse sentido, no final, é tudo apenas uma forma um pouco mais dolorosa de aprendizado. Erro e acerto. Tão obsceno, antiquado, pré-histórico, e tão certeiro. Detesto errar, não nego, mas reconheço sua importância diante da vida. Um tanto quanto empírico, não? 

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