sábado, 12 de dezembro de 2015

A Fênix e o Labirinto

  As emoções formam paredes desconexas, um labirinto. Eu me encontro em meio tantos muros e tantas passagens, perdido. Fantasmas do passado me assombram pelos corredores. As dores dos amores me fazem arquejar. Em meio a todo esse caos eu me sinto sumir cada vez mais.

  O sol está no meio do céu. Encontro um plebeu que me promete tirar dali, o sol se vai e leva consigo o rapaz tão benevolente que me prometeu mostrar o caminho. Após a chegada da lua, encontro um príncipe e mais outro príncipe, e outro. Nenhum sabe o caminho pra liberdade, tão acostumados a nobreza - os coitados - que esquecem até seus destinos e direções, são marionetes sem titeriteiro. Acróbatas, escrivãs, poetas e mais uma infinidade de outras profissões cruzam o meu caminho. Ninguém sabe pra onde eu devo ir, mas todos parecem extremamente resolutos em seus próprios caminhos que não levam a lugar nenhum.

  Com a lua, sempre dói mais. Ainda que eu tenha companhia, sempre pareço estar só. E dormir se torna cada vez mais difícil. Me perco nos meus sonhos, as vezes acordo sem saber se estou ainda sonhando. Acordo chorando. Eu quero pular esses muros, mas eles são tão altos e eu pareço sempre mais e mais cansado. Me sinto tão pesado que chego a pensar que um dia o chão irá ruir, pois não suportará mais o meu peso. Eu mesmo já não suporto o pesar de meus pensamentos.

  Em círculos, sempre ao ponto de partida. Estilhaçado, despedaçado. Queimando. Dessa vez, ao chegar, o sol queima a minha pele. Incinera. Os raios ultravioletas fervem o meu sangue e o calor carbonizante incendeia meus ossos. Abro meus braços, me deixo queimar. Dor. Cinzas. Pó.

  LIBERDADE.

Nu, acima das nuvens, observo o labirinto. Milhares de pessoas, que mais parecem formigas, tão concentradas em seus caminhos que não me enxergam lá em cima. Olho para o sol. Agora eu sei pra onde ir. E vou.

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